Páginas

quarta-feira, 23 de abril de 2014

O livro

Página aberta não vejo letras vejo um homem
de sobretudo hoje amanhã de turbante
a cavalo ao volante ou será que aos tombos
marchando escapa à bala ou nasce agora
com ele sem ele mulheres fortes mulheres fracas
esta doce sonhando príncipe de cartola
estoutra ergue a voz rompe as barreiras
interessantes entediantes indiferentes
meninas da escola ardinas um banqueiro
um barqueiro uma espanhola irlandeses
homens de aço e um dragão, não, bebe sangue
um bêbedo três prostitutas e um bébé no berço
vão esta tarde por mar para terras distantes
estão amanhã encerradas num quarto às escuras
vagueiam pela cidade sem destino é dia, é noite,
cavalgam pelos vales banham-se no loch
fazem amor comem-se fazem orgias desenfreadas
este matou este feriu este salvou mas não foi salvo
e este amou uma mulher e foi enforcado
e se em aventuras por desérticos destinos
estas buscam agora o seu peso em ouro
outras são nada e procuram-se a si próprias
e são tudo e descubro-as cá dentro a fingir
de fundar reinos de arrasar mundos de ser fantasia
a ser a verdade a ser personagem viagem única
o livro a deixar rasto a deixar marca e alicerce



Sem comentários: