Páginas

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

deixa-me estar onde o sofá me conhece

pois se não fosse o cansaço dizia-te já
que arrancasses depressa e fosses por aí
e eu seguia-te pelos mundos
suspeito que aventuras se escondem
em esquinas pedestais e muros
e outros recantos de tantos lugares
até em folhas de árvore e quebras de onda
mas todo o movimento já me pesa agora
deixa-me estar onde o sofá me conhece
e já aninhou a forma à exaustão
do meu corpo que viu horas a mais hoje
logo que morrer a última destas palavras
desligo também a máquina de pensar
e a minha viagem vai ser no vazio
a delícia do vazio cheio de luz e som
é capaz de ser como pairar nas estrelas
com Vivaldi dançando nos ouvidos
quem sabe conheça melhor que tu o Universo

Sem comentários: